Minha Criação de Guppy

Fala galera, essa ai e minha crição de Guppy. São 14 Alevinos com 34 Dias. 21 Alevinos Com 2 Dias, e 2 Adultos.

Como acasalar o seu Peixe Betta

Preparação do aquário: O aquário de reprodução pode ser pequeno(no mínimo 8 litros) ou pode ser grande, eu aconselho usar um de 20 litros(40x15x20), quanto mais espaçoso for o aquário melhor é, porque a fêmea poderá fugir de forma mais fácil do macho e quando os alevinos nascerem vão ter mais oxigênio na água. O aquário deve ficar com o nível da água no máximo de 12cm, eu aconselho 8cm, isso para não causar uma pressão muito forte nos alevinos quando nascerem, e facilitar o trabalho do macho para pegar os ovos. A temperatura ideal é 27 graus e a temperatura mínima para reprodução é de 24 graus. Deve se instalar uma lâmpada de 15 watts para iluminar o aquário durante 24 horas. Para servir de apoio ao ninho pode ser usar plantas flutuantes ou um tronco desidratado, eu aconselho o tronco, deixe o tronco com uma ponta pra fora d’água, se não ele vai ser inútil no aquário. Na água do aquário de reprodução, pingue uma gota de fungicida ou parasiticida(é bom evitar fungos nos ovos).

Colocação do macho no aquário: Ponha um macho adulto(mais de 5 meses de idade), que seja maior do que a fêmea que você colocará no aquário, isso é muito importante, se fêmea for do mesmo tamanho ou até maior que o macho o abraço “nupcial” pode ser impossível de acontecer. O macho deve ser bonito, com nadadeiras formadas, de preferência a machos que sempre constroem ninho de bolhas no seu aquário individual, pois esse já tem um instinto reprodutivo avançado


Colocação da fêmea no aquário de reprodução: Corte na metade uma garrafa de dois litros descartável transparente, as garrafas tradicionais de Coca, lave bem, enche de água até o nível de água que o aquário de reprodução estiver, ou seja se estiver em 8 cm, encha até 8cm a garrafa, para ter o peso ideal de equilíbrio dentro da água e na visão ideal do macho. Ponha a fêmea(ovada, repare se ela esta com o ovopositor a vista e com listras na vertical) nessa garrafa e logo após ponha a garrafa no aquário de reprodução, ponha de um jeito que não fique encostado nas paredes do aquário, para evitar que ele construa o ninho grudado com a garrafa, que seria ruim, pois seria muito vulnerável a movimentos.


O namoro: O macho vai abrir suas belas nadadeiras e opérculos quando vê a fêmea na garrafa, a fêmea vai ficar com uma cor mais acentuada e agitada, então vai passar umas 2 horas e o macho começará a construir o ninho, se dentro de duas horas ele não construir o ninho, junte o macho e a fêmea no aquário durante 15 minutos e separe novamente, só para excitar mais o macho e ele ter mais ânimo para construir o ninho, mas se mesmo assim ele não construir o ninho, pegue com uma colher o ninho de outro Betta, não importa se for pequeno, o macho só de olhar um pedaço de ninho vai dar inicio a construção

Acasalamento: Depois de 24 horas de namoro e construção do ninho, junte os dois, o macho vai persegui-la e as vezes até dando uns “safanõezinhos”( tem caso que a fêmea persegue o macho), ao passar de 12 a 24 horas, o macho vai conduzir a fêmea pra baixo do ninho, onde dará ínico ao abraço nupcial, no começo a fêmea nem expele ovos, depois do segundo e terceiro abraço começa a vir poucos ovos, depois de meia-hora de abraços, sai mais de 20 ovos por abraço, o total de uma desova em média é de 250-500 ovos(óvulos). Ao mesmo tempo que os ovos são expelidos o macho solta os espermas para fecunda-los, e logo após colocar os ovos no ninho(muitas fêmeas ajudam o macho nessa tarefa). Quando você reparar que a fêmea não desova mais, tire ela, pois o macho vai ataca-la até mata-la, pois ela é um intruso na visão do macho


Eclosão dos ovos: Durante 24 a 48 horas o macho ficará vigiando o aquário inteiro para ver se nenhum “intruso” esta por perto para comer os ovos de sua ninhada, ele vai tratar os ovos com muito carinho, após 24 ou 48 horas(depende da temperatura, quando mais alta, menos o tempo de eclosão), os ovos vão eclodir, deles saíram os alevinos com seus sacos vitelinos, onde vai fornecer alimento a eles durante dois dias após o nascimento, eles vão ficar na horizontal, quando eles nadarem na vertical, retire o macho do aquário, pois não terá mais utilidade e pode acontecer do macho comer os seus próprios filhotes depois de 4 dias pós eclosão.

Desenvolvimento e engorda dos alevinos

Os alevinos são muito pequenos, precisam de alimentos muito pequenos também, depois do segundo dia de nascimento aconselho dar infusórios, depois do 5º dias de vida dê artêmia salinas recém eclodidas(compre os ovos desidratados em uma loja de aquarismo), com artêmias salinas recém eclodidas os filhotes vão crescer rapidamente, pela quantidade de proteínas que tem no organismo das artêmias, quando os alevinos já tiverem 2 semanas de vida, comece a fazer trocas de água(atenção, deixe a água descansar por um dia para ter certeza que esta sem cloro, e certifique se a temperatura esta igual), precisa trocar no mínimo 20% e no máximo 70% da água, repondo por água nova, é preciso fazer essas trocas d’água, porque cada alevino no aquário vai soltar hormônios, que impedirá que seus irmãos desenvolvam de forma rápida, portanto, quanto mais trocas de água você fizer no período de 2 semanas até 1 mês de vida, mais rápido os alevinos vão crescer. Quando seus filhotes atingirem 5 meses pode reproduzir eles, mas atenção, nunca reproduza Bettas parentes, como: irmãos, pais, e etc, pois o o código genético pode sofrer muitas avariastes por serem parecidos dando conseqüência em muita morte de alevinos e alevinos mau desenvolvidos.

Alimentação dos alevinos

Até o terceiro dia de nascidos não deverá ser ministrado qualquer tipo de alimento, pois eles estarão se nutrindo do próprio saco vitelino,

- a partir do quarto dia de nascidos – poderá ser fornecido náuplios de artêmia salina recém eclodidos e microvermes; Deverão ser ministrada no mínimo três refeições ao dia.

- a partir do décimo quinto dia de nascidos – poderá ser acrescentado ao menu anterior enquitréias. Neste período se sugere cinco a seis refeições diárias.

- a partir do trigésimo dia de nascidos – a partir desta data os bettinhas poderão receber artêmia adulta, enquitréias, raspas de coração de boi, patês e as rações flocadas e peletizadas, industrializadas, que deverão ser incluídos no cardápio gradativamente.

Importante: a excelência da alimentação nos primeiros trinta dias irá influenciar diretamente na performance do beta, por isso é que insistimos em “muitas refeições diárias sempre em pequenas quantidades”. Deve-se reparar na barriga do peixe, ela deve ficar “ bem cheia, parecendo uma bolinha”.

Observação importante: Embora a maioria dos artigos sobre a alimentação de alevinos recomende como a primeira refeição os infusórios – eu não os recomendo e teço os seguintes comentários:

- muitos aquariofilistas preparam uma infusão de água com alface, nabo, esterco, etc, que exalam mal cheiro e que geralmente não contém nenhum organismo vivo e tem a tendência à “arrebentar” os parâmetros físico-químicos e biológicos da água, matando os alevinos. Esta infusão – mal cheirosa – aumenta, também, o teor de amônia, bem como aquela película que ocorre sobre a lâmina d’água, que prejudica a subida do alevino para respirar.

A colocação de plantas no aquário de reprodução, para proteção da fêmea, irá proporcionar uma quantidade de microorganismos suficiente para suprir aqueles alevinos que já tiverem absorvido seus sacos vitelinos até o terceiro dia e, no quarto dia, eles já comerão microvermes e nauplios de artêmia salina recém eclodidas.


Separação dos filhotes machos

A partir de dois meses de nascidos os machos mais desenvolvidos começarão a diferenciar-se dos demais pelo aparecimento de cores em seu corpo e o desenvolvimento das principais nadadeiras, principalmente a caudal e a anal sendo que está ultima é mais pontiaguda.

Os machos também têm o corpo mais alongado do que o das fêmeas.
Neste período eles começarão a mostrar sua agressividade, através de pequenas pelejas; ficam frente a frente, abrem os opérculos e se colocam em posição de combate.

A partir desta fase o criador deverá ficar atento porque eles vão se morder e rasgar as nadadeiras uns dos outros, então será conveniente separá-los em recipientes individuais

Espero ter ajudado a seu betta ter um acasalamento perfeito.


Fonte: Freterbettas

Alimentação Betta

Cuidado na alimentação, dê pouca ração, uma quantidade que seja TOTALMENTE consumida em no máximo 3 minutos. Não deixe que sobras fiquem no fundo do aquário para não poluir a água. Pequenas quantidades duas ou três vezes por dia são suficientes. A qualidade da ração também é importante para manter sua água adequada (limpa) e para a boa saúde do peixe. Essas bolinhas de betta (normalmente vendidas) costumam ser de difícil digestão para eles, causando problemas no seu intestino. Prefira rações de marcas confiáveis, como Tetra e Sera. A tetra tem uma excelente ração de bettas, o nome é Bettamin. Outro ponto interessante na alimentação de bettas é fornecer alimentos vivos pelo menos uma vez por semana. Você pode comprar artêmias salinas em boas lojas de aquarismo. Artêmias são minúsculos camaroezinhos, de alto valor nutritivo para os peixes. Vc encontra em boas lojas de aquarismo.

Fonte: Yahoo respostas

Inverno, atenção às temperaturas

O inverno já chegou. E com ele a queda das temperaturas, assunto que merece muita atenção. As taxas de mortandade de peixes entre o Outono e o Inverno são muito acentuadas. Segundo dados de algumas pisciculturas, o manejo incorreto nesta fase do ano resulta em perdas enormes. Isso não é diferente no aquarismo, logicamente nas devidas proporções.

Podemos citar um dia típico de São Paulo no Outono. Você sai para trabalhar de manhã com sol e à tarde, com a chegada de uma frente fria, a temperatura tem queda de até 15ºC. Com certeza isso vai influenciar diretamente o ambiente do seu aquário. Por isso, escrevo sobre a importância de manter as temperaturas sempre controladas, os impactos que as oscilações podem ter no seu aquário e os cuidados a serem adotados.

Começo com a influência da temperatura da água no metabolismo de peixes, que são seres ectodérmicos (cuja temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do ambiente). Essa carcterística influencia diretamente a atividade das enzimas, que podem mudar de forma, ter sua eficiência diminuída e prejudicar as reações químicas no sistema. Isso ocorre devido às pontes de hidrogênio formadas nas moléculas (das enzimas) que podem ser facilmente quebradas com uma mudança na temperatura. Se a temperatura cai, por exemplo, 5ºC durante o dia, as funções enzimáticas do metabolismo desses seres são alteradas.

O resultado é a diminuição de movimentação, alimentação e aparecimento de doenças. Quase todo aquarista já presenciou uma infestação de íctios após uma variação brusca de temperatura. A causa do surgimento destes parasitas ainda não foi bem explicada, mas os efeitos da doença são facilmente percebidos na mucosa protetora dos peixes.

Além disso, as reações químicas dentro de uma célula são extremamente complexas, sendo que várias delas ocorrem simultaneamente e sempre em equilíbrio. Contudo uma alteração na temperatura faz com que algumas reações tenham sua atividade aumentada e, em contrapartida, outras diminuídas, causando um desequilíbrio que irá prejudicar a saúde do organismo e possivelmente resultando em morte do animal caso o desbalanceamento seja grande.

Entretanto, também existem pontos positivos com a queda de temperaturas. No frio, é possível adicionar mais peixes no aquário, pois a solubilidade do oxigênio é maior. Mas fique atento. Assim que o calor voltar, você pode retirar alguns peixes do aquário ou adicionar um filtro ou compressor de ar. Se não fizer isso, o efeito será inverso e os animais podem morrer por falta de oxigênio, já que a solubilidade da água cai com a chegada da Primavera (aumento de temperatura) e do Verão. Isso ficou muito evidente no último Verão nos tanques de carpa, onde percebi uma grande mortandade nos dias mais quentes.

Felizmente, aquecer a água é mais simples e fácil do que resfriá-la. Existem vários tipos de aquecedores com termostato e nesta hora não vale a pena economizar. Alguns destes aquecedores "baratos" podem custar muito caro. Conheço vários aquaristas que tomaram choques ou que tiveram seus peixes mortos por aquecerem demais a água. Por isso, é muito importante consultar uma loja especializada, na qual profissionais irão auxiliá-lo na escolha do melhor aquecedor para o seu aquário.




Rafael Enderle
Mondo Sommerso Campinas


Publicação: 18/07/2011 (Texto publicado originalmente na revista Negócios Pet/Editora Top.Co. - Ano 11, Edição nº 116, pp 60-62)

Fonte: Betta Brasil

Riscos à saúde envolvendo aquarismo


Este artigo compila uma série de informações e dicas de como evitar riscos à saúde de nós aquaristas ao praticarmos o hobby, causados por diversos fatores que, embora na sua grande maioria sejam bastante raros, convém sempre termos em consideração.


Cuidados básicos de segurança ao se manusear um aquário

Geralmente aquários são feitos de vidro, que é um material bem cortante, e acidentes graves podem acontecer. Muito cuidado com bordas trincadas, em especial as tampas, que é uma fonte comum de cortes. No caso da tampa quebrar, bastante atenção também a cacos que possam cair dentro do aquário, pedaços pequenos podem ser bem difíceis de serem vistos dentro da água, com sérios riscos de cortes durante a limpeza do aquário.

Lembre-se também que aquários são pesados, geralmente seu peso (em quilogramas) é um pouco maior do que seu volume em litros (ou seja, um aquário de 50 L pesa um pouco mais do que 50 kg). Nunca tente mover um aquário cheio. Sempre coloque uma placa de algum material macio (como isopor) entre o aquário e o móvel onde ele ficará. E obviamente, aquários precisam ser bem projetados, com vidros de espessura adequada, colas adequadas e travas adequadas.

Outro detalhe óbvio mas importante é o cuidado que se deve tomar com equipamentos elétricos, fios submersos dobrados, corroídos e etc. Lâmpadas também não podem estar em contato com a água, sob risco de estourarem. Este cuidado deve ser redobrado em marinhos, pela corrosão maior que a maresia provoca nos equipamentos emersos perto do aquário. Quando das TPA's (trocas parciais de água) e outras manutenções dentro do aquário, é mais seguro desligar tudo o que é elétrico. Uma dica interessante é fazer um "loop" com o cabo energético a fim de evitar que a água escorra pelo cabo e atinja algum componente eletrônico ou mesmo a tomada de energia.


Intoxicações

Cuidados básicos devem ser tomados com medicamentos, reagentes químicos e outros produtos do aquário. Cuidado com crianças e animais, que podem inadvertidamente ingerir estes materiais. Outro material bastante tóxico é o metal contido em lâmpadas fluorescentes. No caso de lâmpadas quebradas, bastante atenção com a limpeza no local, e no descarte dos fragmentos. Claro, cuidado também para não se cortar!


Acidentes com animais traumatizantes e venenosos

Vários peixes marinhos possuem ferrões ou mordidas venenosas; os mais conhecidos são o peixe-leão, escorpião e a moréia. Em geral, criadores destas espécies estão cientes deste fato, estando mais bem preparados para lidar com acidentes. Porém, alguns peixes de água doce também são venenosos, fato pouco conhecido pela maioria dos aquaristas. Destaque para arraias de água doce, com um poderoso ferrão na base da cauda; acidentes mais graves envolvendo aquários de água doce são atribuídas a este animal. Outro peixe que poucos sabem ser venenoso é o mandi (peixe-gato da família Pimelodidae), com ferrões venenosos na nadadeira dorsal. O veneno é bem menos poderoso do que o da arraia, mas leva a quadros bastante dolorosos.

Todos estes acidentes com animais venenosos devem ser imediatamente tratados com água quente, mergulhando o local acometido em água quente, numa temperatura alta mas suportável. O veneno destes peixes é termolábil, e esta conduta imediata é fundamental. A procura por um serviço hospitalar logo após também é mandatória.

Além do mandi, todos os demais peixes-gato possuem espinhos nas nadadeiras, e podem causar ferimentos se manuseados sem o devido cuidado. Outros peixes que também tem mecanismos de defesa na forma de espinhos são as Bótias de água doce (abaixo dos olhos) e tangs marinhos (lâminas na base do pedúnculo caudal).

Acidentes com ouriços-do-mar podem também acontecer, seus espinhos são quebradiços, e muitas vezes só podem ser retirados em ambiente hospitalar. Outra causa de acidentes são cnidários, como corais e anêmonas, além de alguns vermes marinhos, que podem causar dermatites bem graves. Podem ser controladas por compressas ou imersão do local acometido em água marinha gelada (água doce dispara mais as células urticantes, agravando o quadro). Banhos de vinagre também auxiliam, inativando o veneno.

Obviamente, a manipulação de peixes agressivos, como piranhas, tubarões e traíras deve ser feito com bastante atenção.


Acidentes com Esterilizadores UV

Esterilizadores ultravioleta são utilizados em aquarismo para eliminar agentes em suspensão na água, desde algas verdes a fungos, virus, protozoários e bacilos de algumas doenças que por eles passam. São sistemas baseados em lâmpadas que emitem radiação ultravioleta (UV), que tem uma potente ação germicida. Por isso o termo "filtro" não é correto. A água do aquário circula em um compartimento fechado onde é exposta à radiação esterilizante, mas este local é isolado, impedindo o vazamento desta radiação além de seus limites.

A radiação UV é uma radiação eletromagnética semelhante à luz. Porém, não é visível, seu espectro de onda tem frequência maior do que a da cor violeta (a de maior frequência dentro do espectro visível), daí seu nome. A lâmpada UV destes equipamentos (em geral, de vapor de mercúrio) emite um espectro amplo, que se estende desde a luz visível (numa cor violeta), passando pela luz "negra" e o UV propriamente dito. Isto quer dizer que se você olhasse para a lâmpada acesa (por favor, não faça isso!), ela teria uma cor violeta, mas o UV emitido não seria perceptível.

Estes aparelhos são hermeticamente fechados, não permitindo vazamento da radiação. Esterilizadores de boa qualidade possuem uma trava de segurança; quando aberto um circuito é desarmado, interrompendo a corrente e apagando a lâmpada. Geralmente, quando ocorrem acidentes, são com sistemas feitos em casa (também chamados de DIY, sigla de Do It Yourself ou Faça Você Mesmo), quando algum desavisado liga a lâmpada sem proteção, ou um esterilizador mal feito, sem um isolamento adequado.

Vale lembrar também que a energia irradiada é imediatamente absorvida, não havendo radiação residual na água esterilizada. Da mesma forma, a lâmpada desligada não oferece perigo algum.

Os efeitos agudos da radiação UV são nos olhos e na pele. Nos olhos, a manifestação mais comum é uma inflamação dolorosa na córnea e conjuntiva (fotoqueratite), cujo efeito não é imediato, surgindo de 6 a 12 horas após a exposição. Há cura espontânea em 48 horas, sem deixar seqüelas. Existem várias outras lesões graves já bem documentadas em casos de exposição crônica ao UV, como catarata e lesão de retina. Há pouca literatura envolvendo exposições agudas, mas certamente um risco teórico existe. Os efeitos na pele são mais extensos, mas o risco de lesões graves é menor. Inclui um quadro de eritema idêntico à queimadura solar, que surge cerca de 24 horas após a exposição. Há vermelhidão, calor, dor e sensibilidade no local. É um quadro auto-limitado, regride espontaneamente sem agravos. Existe também um risco teórico significativo de aumento na incidência de câncer de pele.

Apesar da maioria dos efeitos da exposição aguda ao UV serem auto-limitados, é prudente procurar auxílio médico imediato se houver algum acidente.

Em resumo, esterilizadores UV são aparelhos que utilizam radiação de alta energia, com potenciais riscos à saúde humana, dependendo da dose e forma de exposição. Precisam ser manuseados com bastante cuidado, especialmente os DIY, e os riscos precisam ser bem conhecidos por nós aquaristas.


Amianto e caixas d´água

O amianto (também conhecido como asbesto) é um mineral fibroso, que tinha vasta utilização na indústria pelas suas propriedades físicas, uma excepcional resistência ao fogo e corrosão, isolamento acústico, além de ser leve e com baixo custo de produção. Foi muito utilizada na confecção de caixas d´água, telhas, pastilhas de freios de automóveis, roupas de segurança contra fogo, etc.

Infelizmente, a inalação de fibras de amianto é extremamente perigosa, devido ao maior risco de desenvolvimento futuro de câncer (pulmão e pleura), além de outras doenças graves, como fibrose pulmonar. Uma vez aspiradas, as fibras microscópicas de amianto são retidas no pulmão, e nunca mais eliminadas. A ingestão é outra via de contaminação. Causam um processo de agressão contínua aos tecidos locais, que em longo prazo leva ao desenvolvimento de tumores. O risco muitas vezes é negligenciado pelo fato de o câncer se desenvolver após um período longo após a exposição, podendo ter uma latência de até 40 anos.

A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer da OMS classifica o amianto no grupo 1 (mais grave) dos 75 agentes reconhecidamente cancerígenos para os seres humanos. Acredita-se que a incidência de câncer de pulmão em trabalhadores com exposição ocupacional seja 10 vezes maior do que na população geral. Sua ação potencializa a carcinogênese do cigarro, com risco 90 vezes maior do que o da população.

O amianto já foi banido em 52 países, entre eles nossos vizinhos, Chile, Argentina e Uruguai. No Brasil, sua utilização ainda é permitida, com restrições. O Congresso Nacional tem um projeto para que ela diminua progressivamente e seja totalmente abolida.

Para caixas d´água por exemplo, em boa parte o material já foi substituído por outros, como polietileno e fibra de vidro. Ainda se fabricam caixas de fibrocimento, que contém amianto na sua composição, mas em baixa concentração. Porém, caixas d´água antigas descartadas podem ser facilmente adquiridas em demolições e lojas de materiais usados, por preços baixos. E nestes materiais, há alta concentração de fibras de amianto.

Não há risco em consumir a água destas caixas d´água. Se usado como aquário, também não causa problemas para os peixes, somente alcaliniza a água, o que é facilmente solucionado com um verniz, de epoxi ou poliuretano por exemplo.

O problema é quando por algum motivo for necessário serrar ou furar uma destas caixas (por exemplo, para criar uma janela com vidro numa das laterais da caixa), com risco de aspiração do pó. Deve-se sempre usar uma máscara com filtro (pode ser só um filtro mecânico, nem precisa ter carvão). Claro, deve ser feito em local aberto e arejado.

Muito cuidado para descartar o pó também; o ideal é misturar o pó a alguma resina ou cola, para não expor o lixeiro, o vizinho, etc. Lavar bem a roupa que foi usada no procedimento também é essencial, o que deve ser feito imediatamente após o uso e quem a lava deve ser conscientizado do perigo e dos cuidados a tomar. É bom usar luvas pois as farpas de amianto espetam a pele e podem causar irritação, mas pelo menos não causam doenças graves neste local, podendo porém ocasionarem verrugas de asbesto - as fibras se alojam na pele e são envolvidas por esta, produzindo crescimentos benignos parecidos a calos.


Infecções

Aquela água cristalina do seu aquário na realidade é uma sopa fervilhante de vida invisível. Isto é ótimo para a saúde do seu aquário, mas pode carregar uma série de patógenos que podem causar doenças em seres humanos.

O germe mais comum é o Staphylococcus, mas agentes mais agressivos já foram identificados em aquários domésticos, como Pseudomonas e Clostridium, estes últimos agentes da Gangrena gasosa e do Tétano.

Sempre que houver contato com a água do aquário, cuidados básicos devem ser tomados, lavando-se as mãos com água e sabão. Muito cuidado também com as TPA's... quem já não engoliu um pouco de água ao aspirar a água com uma mangueira?

A atenção deve ser redobrada em aquários com répteis e anfíbios. Estes animais são reservatórios e veículos de Salmonella, um organismo que pode causar infecções digestivas sérias em seres humanos. Outros patógenos preocupantes já foram isolados nestes tanques, como o vibrião da cólera e a Edwardsiella.

Alimentos vivos também devem ser manuseados com cuidado, em especial o Tubifex, que muitas vezes é coletado em esgotos. Não é propriamente uma infecção, mas um relato cada vez mais comum é de alergia a "Bloodworms" (larvas de mosquito quironomídeo), em especial na sua forma congelada.

Como toda infecção, aquelas adquiridas de aquários e peixes também têm sua instalação e gravidade bastante dependentes do grau de imunidade do indivíduo. Portadores de doenças crônicas, de doenças imunodepressoras ou em uso de medicamentos que deprimem o sistema imune devem ter bastante cuidado ao manusear o aquário.


Tuberculose píscea

Esta doença afeta peixes, anfíbios e outros animais aquáticos, mas pode também acometer seres humanos. O Mycobacterium marinum é um organismo comum, de ampla distribuição, encontrado tanto em água doce quanto salgada, apesar do que o nome possa sugerir. Pertence ao mesmo gênero dos agentes causadores de micobacterioses em humanos, como a tuberculose e a hanseníase.

A doença em humanos é bastante rara, com uma incidência estimada entre 0,04 a 0,27 casos/ano por 100.000 habitantes (estatística francesa e norte-americana). Somente como comparação, a incidência de casos novos detectados de tuberculose no Brasil é de 37,12 casos/ano por 100.000 habitantes (2008). Entretanto, é uma doença importante, por ser de difícil diagnóstico, fundamental para um tratamento correto.

Esta doença já é conhecida desde 1939. No início foi relatada em usuários de piscinas públicas. Atualmente esta forma é bem rara devido ao uso de Cloro. Hoje, é uma doença tipicamente associada a pessoas que manipulam aquários ornamentais, daí os nomes populares "granuloma do aquário", "doença do manipulador de peixes", e "síndrome do dedo do criador de peixes".

A infecção se dá durante a manutenção do tanque, com entrada do germe através de um corte na pele (um machucado nas mãos dentro da água, ou um ferimento pré-existente, muitas vezes imperceptível). Geralmente o germe é rapidamente eliminado pelo sistema imune, mas pode evoluir para doença, semanas a meses após a exposição.

Por ser um micro-organismo adaptado a animais de sangue frio, não se desenvolve bem a 37°C (temperatura corpórea humana). Assim, quando ocorre doença, em geral ela é restrita à pele. Inicialmente se forma uma pequena nodulação avermelhada próxima ao local de inoculação. Esta lesão tem crescimento lento; pode também haver saída de um material purulento, mas em pequena quantidade. O aspecto lembra bastante uma pequena "espinha", mas com pouca reação inflamatória (dor, calor e vermelhidão) no local. Em alguns casos, pode haver uma extensão pelo sistema linfático, dando um aspecto bem típico, com a formação de lesões superficiais enfileiradas ao longo do antebraço e braço.

Esta forma superficial é a mais comum. Raramente, esta infecção pode acometer planos mais profundos, envolvendo tendões, estruturas articulares e até ossos. Muitas vezes isto é precipitado por um tratamento errado no local com corticóides. Finalmente, existe uma forma bastante rara, com infecção disseminada e quase todos os casos descritos foram em pessoas com o sistema imune debilitado, como indivíduos que receberam transplantes.

O diagnóstico é feito pela identificação do germe no material colhido nos locais acometidos. Pode haver cura espontânea, mas geralmente é necessário um tratamento longo com antibióticos, com duração de alguns meses. Em alguns casos pode ser necessária também uma limpeza cirúrgica dos tecidos envolvidos.

Apesar de ser uma doença bem incomum, é uma condição que precisa ser conhecida por todos os aquaristas. Pela sua raridade, a maioria dos médicos não conhece esta doença. Seus sinais e sintomas são inespecíficos, o quadro é arrastado. Não são raros relatos de pacientes consultando vários profissionais sem um diagnóstico correto, retardando ainda mais o tratamento. Ou tratamentos inadequados, agravando o quadro. Desta forma, é fundamental a conscientização de todos nós, aquaristas, que em última análise representamos o "grupo de risco", potenciais vítimas desta doença. Fornecer a informação da presença de aquários domésticos é fundamental no momento da consulta médica. Cuidados básicos de higiene também fazem toda a diferença: lavar bem as mãos após a manipulação rotineira do aquário, cuidados com ferimentos nas mãos, especialmente em tanques com peixes com suspeita de doença são recomendações básicas.

A idéia deste texto não é instaurar caos e pânico entre aquaristas. É uma doença bem rara, tratável, mas cujo diagnóstico é bem difícil pelas razões acima expostas. Aqui, a informação é a arma mais poderosa.

Walther Ishikawa
wishikawa@nethall.com.br



Publicação: 05/09/2011
(Material publicado originalmente no fórum AquaHobby)




Bibliografia:

  • Petrini B. Mycobacterium marinum: ubiquitous agent of waterborne granulomatous skin infections. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2006 Oct;25(10):609-13.
  • Lai CC, Lee LN, Chang YL, Lee YC, Ding LW, Hsueh PR. Pulmonary infection due to Mycobacterium marinum in an immunocompetent patient. Clin Infect Dis. 2005 Jan 1;40(1):206-8.
  • Decostere A, Hermans K, Haesebrouck F. Piscine mycobacteriosis: a literature review covering the agent and the disease it causes in fish and humans. Vet Microbiol. 2004 Apr 19;99(3-4):159-66.
  • Schmoor P, Descamps V, Bouscarat F, Grossin M, Belaïch S, Crickx B. Les connaissances et le comportement des vendeurs de poissons exotiques concernant la « maladie des aquariums ». Ann Dermatol Venereol. 2003 Apr;130(4):425-7.
  • Aubry A, Chosidow O, Caumes E, et al. Sixty-three cases of Mycobacterium marinum infection: clinical features, treatment, and antibiotic susceptibility of causative isolates. Arch Intern Med. Aug 12-26 2002;162(15):1746-52.
  • Ryan JM, Bryant GD. Fish tank granuloma--a frequently misdiagnosed infection of the upper limb. J Accid Emerg Med. Nov 1997;14(6):398-400.
  • Haddad Junior V. Infecções cutâneas e acidentes por animais traumatizantes e venenosos ocorridos em aquários comerciais e domésticos no Brasil: descrição de 18 casos e revisão do tema. An bras Dermatol, mar./abr. 2004, 79(2):157-167.
  • Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Multistate outbreak of human Salmonella typhimurium infections associated with pet turtle exposure - United States, 2008. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2010 Feb 26;59(7):191-6.
  • Ackman DM, Drabkin P, Birkhead G, Cieslak P. Reptile-associated salmonellosis in New York State. Pediatr Infect Dis J. 1995 Nov;14(11):955-9.
  • Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Multistate outbreak of human Salmonella typhimurium infections associated with aquatic frogs - United States, 2009. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2010 Jan 8;58(51):1433-6.
  • Schiera A, Battifoglio ML, Scarabelli G, Crippa D. Stingray injury in a domestic aquarium. Int J Dermatol 2002; 41(1): 50-1.
  • Young AR. Acute effects of UVR on human eyes and skin. Progress in Biophysics and Molecular Biology 92 (2006) 80–85.
  • GIANNASI, Fernanda. Morte lenta. A exposição ao amianto ou asbesto como causa de câncer ocupacional no Brasil. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 618, 18 mar. 2005.
  • http://emedicine.medscape.com/
  • http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=15

Como lidar com esposas e namoradas no aquarismo?

Todo aquarista enfrenta problemas terríveis com seus aquários: algas, doenças, incompatibilidade de animais, Alterações de pH, temperatura, dificuldade de achar o equipamento que precisa e vários outros fatores, mas nenhum deles se compara ao que esta do lado de fora do aquário… As mulheres em nossa vida, as esposas e namoradas.

O intuito desse texto é mostrar, com bom humor, que é possível convencer a sua esposa ou namorada que o nosso hobby não interfere no relacionamento e pode sim, ser muito saudável para ambos.

Vamos tratar os itens abaixo como “Mandamentos do Aquarista”:


1º Mandamento – Prepare o terreno

Quando você pensar em montar um novo aquário, nunca, jamais, em hipótese alguma faça isso sem conversar com ela antes, porém a maneira como a conversa deve ser levada requer cuidado e ainda por cima um jogo de cintura, o cenário perfeito é aquele onde ela acha que a idéia de um novo aquário foi dela, conseguindo isso, você nem precisa ler o resto deste texto e seu próximo passo será ministrar palestras sobre relacionamentos para aquaristas menos afortunados.

Para preparar o terreno o ideal é entender como um aquário pode entrar bem no contexto da sua casa ou apartamento, por exemplo:

Ela comenta que gostaria de comprar um aparador para a sala, você avalia a possibilidade e vai com ela na loja, sem pressa alguma, deixe que ela olhe todos e diga qual mais a agrada, feito isso você pergunta para ela:

- Amor, o que vamos colocar em cima do aparador?

Em 80% dos casos ela vai dizer que ainda não pensou nisso, mas é perigoso já partir direto para a abordagem do aquário, crie o ambiente, coloque coisas que ela gosta e peça opinião, veja o exemplo abaixo.

- Amorzinho, podemos colocar algumas fotos e o telefone, o que acha?

Espere a resposta, caso seja positiva é a hora de abordar, mas claro, com cautela.

- Hum, pensei agora, ele vai ficar meio sem vida né? Podíamos colocar uma planta, um vaso de vidro ou então um aquário, claro… Um aquário que não roube a beleza do aparador, mas que de vida para ele o que você acha?

Caso mesmo assim ela resista, ofereça para colocar uma foto da mãe dela no aparador, mas lembre-se que a foto da sogra no aparador provavelmente irá impedir a que qualquer tipo de vida se manifeste no aquário…


2º Mandamento – Evitando confrontos

Todo aquarista sabe que no nosso país o preço de alguns animais são altos, e esse é um dos maiores confrontos que um aquarista pode ter, pois a sua esposa ou namorada não vai concordar que você comprou um peixe de R$ 200,00 (Yellow Tang, por exemplo) e não comprou aquela “melissa” que ela queria tanto. Pois é, isso acontece meu amigo, e mesmo sabendo que esse sapato, feito de plástico, com cheiro de chiclete e que após algum tempo estará com cheiro de fandangos de queijo, precisamos dar o braço a torcer e abrir a mão em troca de paz e tranquilidade.

Minha sugestão nesse caso é que sempre que for a uma loja de aquários, comprar algo leve ela junto, mas nunca a primeira parada deve ser a loja de aquários, primeiro você deve passear no shopping, comprar algo para ela, ou então deixa-la no salão de cabelereiro, mas esse tem que ser muito próximo da loja que você quer ir, assim você poderá deixá-la lá e ir à loja sem que a mesma fique chateada por você não dar atenção.

Se ela decidir te acompanhar na loja, tenho certeza que ela sentirá remorso de impedir você de comprar algo sabendo que você dedicou uma parte do seu dia com ela e não deixou de agradá-la.

IMPORTANTE: Em hipótese nenhuma minta sobre o valor de um animal que comprou com certeza ela vai pesquisar na internet e descobrir o valor real do animal e você irá criar uma inimiga dentro de casa…


3º Mandamento – Manutenções Programadas

Todas as manutenções, montagens e afins, devem acontecer sempre com a esposa ou namorada ausentes. É uma péssima idéia ter elas por perto quando precisamos de paz e tranquilidade. Ah, não podemos esquecer que TPA e TPM são incompatíveis ok?

Acreditem, teve uma época da minha vida que as manutenções eram feitas durante a madrugada, justamente para evitar confrontos!

Dicas que podem salvar sua vida:

  • Sempre deixe uma camisa sua de dormir do lado do aquário para secar as mãos, em hipótese nenhuma use panos de prato;

  • Coloque um pano em volta do aquário para evitar respingos no chão;

  • Plantas e corais resultantes de podas e fragmentação tem dois destinos, doação ou lixo, não invente jamais de colocar em um potinho com água e deixar na pia;

  • E o mais importante, nunca faça TPA em dia de aniversários de namoro, casamento e datas importantes.

Bom a idéia aqui foi mostrar que é possível sim conviver em paz e harmonia em um triângulo amoroso, você, ela e o aquário, mas se um dia ela soltar a famosa frase: “Você prefere mais os seus peixes do que eu?” ou “Você gosta mais deste aquário do que de mim?” ou “Para o aquário você tem paciência, para passear comigo no shopping não né?“. Calma, nem tudo esta perdido, a ultima carta você terá guardada em sua manga e nessa ela vai com certeza ficar sem reação.

Respire bem fundo, mantenha a calma, olhe nos olhos dela e pergunte bem devagar:

- Amor, você prefere que eu fique em casa com os peixes ou na rua com as piranhas?

Pronto… Final feliz!


Fonte: Betta Brasil

A importância das trocas parciais de água (TPA)

O sucesso na manutenção de aquários depende de uma série de fatores, mas todos eles acabam apontando para a qualidade da água. Um aquário com mais peixes do que deveria ou com sistema de filtragem insuficiente, em pouco tempo levará sua água a um estado de poluição que poderá comprometer a saúde geral das espécies nele contidas.

Por mais eficiente que seja a filtragem de um aquário, lembre-se que se trata de um sistema fechado. É recomendável realizar trocas parciais de água (de agora em diante chamadas simplesmente de TPA) frequentes para garantir a eliminação de dejetos não processados e repor certos elementos consumidos pelo sistema.

O percentual de água a ser trocada e a frequência com que isto ocorrerá dependerá de uma série de fatores como quantidade de peixes e plantas, quantidade de filtros e mídias filtrantes e a variação de certos parâmetros de sua água, como pH, KH, amônia, nitritos, nitratos, fosfatos, etc. A aferição periódica destes parâmetros é um forte indício da necessidade da TPA.


Quanta água deve ser trocada?

Não existe resposta definitiva para esta pergunta, pois a carga de dejetos pode variar muito de aquário para aquário. Alguns aquaristas experientes recomendam trocas mensais de 40% ou quinzenais de 30%. Há os que preferem trocar 20% semanalmente e há até alguns criadores que chegam a trocar 50% diariamente, mas conforme disse antes, cada aquário tem sua história e o dia a dia, aliado ao resultado dos testes é que lhe darão a resposta para o seu caso.

Um outro indício da necessidade das TPAs é a perda de vazão dos filtros. Inspecione periodicamente seus filtros, pois a perda de vazão, provocada por entupimento da filtragem mecânica, diminui a quantidade de água tratada.


É verdade que aquários plantados necessitam menos de TPAs?

Se por um lado plantas são excelentes filtros para a remoção de diversos poluentes da água, aquários plantados também possuem uma carga de nutrientes grande e isto pode, eventualmente, favorecer a proliferação de algas. As TPAs são um aliado contra elas.


Como proceder a TPA?

Dependendo do volume de água a ser trocado, pode ser interessante desligar os filtros para evitar que funcionem sem água e também os termostatos que não devem funcionar parcialmente fora d’água.

Normalmente começamos com uma sifonagem do substrato para remover pequenas partículas sólidas que se depositaram nele. Em aquários plantados a camada inerte evita que boa parte dessas partículas penetrem nas camadas inferiores, de modo que uma aspiração superficial costuma ser suficiente. Não se esqueça de lavar bem as mãos antes de começar o processo, pois podemos levar muitas sujeiras indesejadas para nossos aquários.

Em aquários com substratos comuns (sem isolamento) a sujeira particulada penetra no substrato e deve ser sugada. Costuma-se usar um sifão contendo uma espécie de copo na extremidade que permite penetrar no cascalho para uma remoção eficiente da sujeira.

Sifão em ação
Sifão em ação

A água removida durante a sifonagem poderá ser coletada em baldes ou outros recipientes e descartada após sua remoção do aquário. Por ser uma água rica em nutrientes, ela pode ser usada para regar plantas, pois certamente é mais nutritiva para elas do que a água da torneira. Aproveite a ocasião para remover o limo que geralmente se forma nos vidros. Existem limpadores magnéticos idealizados exclusivamente para tal propósito, mas uma esponja macia, uma gilete ou até mesmo um cartão velho de banco também poderá ser utilizado.


Como devo limpar meus filtros?

A limpeza dos filtros deve ser feita sempre que se fizer necessária. Conforme descrito anteriormente, sempre que houver entupimento da midia responsável pela filtragem mecânica, esta deverá ser limpa ou substituída. O tempo para isto acontecer varia de aquário para aquário, podendo levar de 7 a 30 dias, dependendo da carga de dejetos produzida. Caso seja usuário de carvão ativo para a filtragem química, lembre-se de sempre anotar quando foi que o substituiu pela última vez. Cada fabricante recomenda sua substituição em tempos diferentes, mas como não é uma mídia muito cara, costumo recomendar sua troca a cada 20 ou no máximo 30 dias.

Com relação às mídias de fixação para a filtragem biológica estas podem ser gentilmente lavadas, quando necessário, em água do próprio aquário apenas para remover depósitos de material particulado. Normalmente, uma limpeza superficial nessas mídias a cada trimestre costuma ser suficiente. É importante que o processo de limpeza dos filtros não dure muitas horas e também que as mídias de sustentação da biologia não fiquem secas. Elas devem aguardar submersas em água do próprio aquário enquanto durar a lavagem interna do filtro.


Cascalho sifonado, vidros sem limo e filtros lavados. Como repor a água?

Embora essa pareça ser a tarefa mais fácil de todas as demais, ela requer alguns cuidados importantes. Muitos aquaristas já perderam peixes após uma reposição de água mal feita.

Primeiramente, a água de reposição deverá estar isenta de cloro. Este pode ser removido de diversas formas, desde aguardar 24 a 48 horas para que seja expulso da água, fazer uso de um anti-cloro ou mesmo um condicionador de água.

Se esta água vier de um poço não será necessário usar o anti-cloro. Todavia, água de poço costuma vir com grande quantidade de CO2 e, se adicionada diretamente ao aquário poderá apresentar variações de pH em um ou dois dias pois o CO2 acidifica a água mas tende a ser expulso com o passar do tempo.

A temperatura desta água deverá ser a mesma da água do aquário. Certifique-se de medir ambas as temperaturas antes da reposição. Caso haja discrepância nos valores, faça os devidos ajustes, aquecendo ou resfriando a água que será reposta.

O pH desta nova água também deve ser igual ou muito próximo do pH da água do aquário. O ajuste poderá ser feito de diversas maneiras. A forma mais rápida (mas nem sempre a mais correta) é simplesmente usar algumas gotas de um acidificante ou um alcalinizante comprado em lojas de aquarismo.

Lembre-se, entretanto que dependendo da reserva alcalina ou do teor de CO2 desta água o efeito desta correção poderá ser provisório. Em alguns casos é interessante usar uma solução tampão para garantir a estabilidade do pH. Existem tampões para "segurar" o pH em diversos valores dependendo das substâncias envolvidas. Essencialmente, uma solução tampão é obtida quando se misturam um ácido fraco e um sal desse ácido (reserva ácida) ou uma base fraca e um sal dessa base (reserva alcalina).

Veja um exemplo de tampão ácido (reserva ácida), mistura de ácido acético (um ácido fraco) e acetato de sódio (um sal do ácido acético):

CH3-COOH <---> CH3-COO- + H+ Ionização do ácido acético.

CH3-COONa <---> CH3-COO- + Na+ Dissolução do acetato de sódio.

Repare que em ambas as reações existem um íon em comum: o ânion acetato (CH3-COO-). Devido a um efeito conhecido como [efeito de íon comum], os acetatos gerados na dissolução do acetato de sódio fazem tal concentração aumentar e, por conta disto, o equilíbrio da primeira equação se desloca para a esquerda (Princípio de Le Chatelier), impedindo que o ácido acético se ionize.

Entretanto, se adicionarmos uma base qualquer nessa água, existirá ácido acético suficiente para neutralizar tal base impedindo o pH de subir. É o ânion acetato, proveniente do acetato de sódio que garante a existência do ácido acético como garantia para manter o pH estável. No exemplo acima, temos um tampão ácido.

Analogamente, podemos ter um tampão envolvendo uma base fraca e seu sal que garantiria a manutenção de um pH alcalino. As lojas de aquarismo também vendem soluções tampão prontas para uso, para diversas faixas de pH.

Uma alternativa mais barata pode ser fazer sua própria solução tampão.

  • Receita de tampão alcalino:

    • Dissolva a maior quantidade possível de bicarbonato de sódio (comprado em farmácias) em água e guarde esta solução saturada para ser usada em cada TPA. Uma ou duas colheres de sopa desta solução poderá ser usada na água de TPA para garantir um pH estável, de 7,0 para cima. Quanto mais bicarbonato for colocado, mais alcalina a água ficará. O dia a dia lhe dirá a quantidade ideal a ser usada.

    • Dentro de seu filtro, coloque um pouco de Aragonita, Calcita ou Dolomita dentro de um pequeno sachê. Essas pedras, à base de CaCO3, formarão o tampão com o bicarbonato de sódio, garantindo a estabilidade do pH.

  • Receita de tampão ácido:

    • Compre na farmácia ou em loja de produtos químicos o fosfato monoácido e o fosfato diácido de sódio e misture-os nas quantidades desejadas para atingir o pH da tabela abaixo:

      Na2HP4
      NaH2O4
      pH
      10%
      90%
      5,9
      20%
      80%
      6,2
      30%
      70%
      6,5
      40%
      60%
      6,6
      50%
      50%
      6,8
      60%
      40%
      7,0
      70%
      30%
      7,2
      80%
      20%
      7,4
      90%
      10%
      7,6

    • Feita a mistura das substâncias, coloque 1g da mistura para cada 50 litros de água em seu aquário para manter o pH estável naquele valor da tabela.

      Exemplo: digamos que deseje manter o pH de seu aquário estável em 6,6. Nesse caso então misture 40% em peso de fosfato monoácido com 60% de fosfato diácido de sódio - algo como 40g do primeiro com 60g do segundo. Guarde os 100g obtidos para usar nas TPAs.

Temperatura e pH ajustados. Posso despejar a água agora?

Pode, mas faça isso lentamente. Não despeje os baldes de água de uma vez em seu aquário! Isso pode não só estressar seus peixes como também provocar um choque osmótico, já que a quantidade de sais dissolvidos na água de aquário e na água do balde não são as mesmas, nem em qualidade, nem em quantidade.

Aqui em casa, costumo colocar uma bomba submersa dentro de um balde conectada a uma mangueira e esta leva a água para o aquário. O processo leva alguns minutos para esvaziar o balde:

Bomba submersa dentro do balde, conectada a uma mangueira, leva água para o aquário
Bomba submersa dentro do balde, conectada a uma
mangueira, leva água para o aquáquio

Uma vez cheio, o processo de manutenção do aquário poderá ser dado como encerrado, mas não se esqueça de aferir os parâmetros físico-químicos da água periodicamente, para ter certeza de uma água sempre apropriada para seus peixes.






Marcos Mataratzis

Químico, Professor de Química e Aquarista (especialista na manutenção de Botias). Administrador do fórum Vitória Reef e Consultor do CEA - Centro de Estudos de Aquariofilia, para assuntos relacionados à química da água do aquário.

Fonte: Betta Brasil